Arquivo para novembro, 2007

Último ocaso

Posted in Pensamentos on 30 de novembro de 2007 by Prof Gasparetto

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De repente me vejo em azenhas

como quem desdenha só  por cegueira ou coisa assim.

Não temo a quem me ameaça com senhas,

mesmo que na minha visão esteja nublado de dúvidas!

Goteja pelas vidraças tua imagem esguia,

suspiras então pelas silhuetas dos alpendres…

e aos meus ouvidos shofares me anunciam a ti:

-Venhas na chuva alagar nossas vidas!

                                                                       (Out:11, 1999

Hum y Dois (Lágrimas do Estio)

Posted in Pensamentos on 29 de novembro de 2007 by Prof Gasparetto

 Ayres y Maris,

Jantares y manjares…

Vales y lugares,

Salles y Linhares!

Colares y bazares,

Olhares y calares,

Andares y radares,

Milhares y mulheres!

Males y clonares…

Taras y pesares!

Saberes y pensares,

Poderes y pisares…

Pousares y gritares…

Manchares y marchares…

Murchares y polares!

Açôres y azares!

Sarares y Morreus,

Beberes y curares,

Tavares y avatares,

Gonçales,  Alencares…

Matildes, Ribamares…

Paris y rastreares…

Carmens espancares…

Dolores humilhares…

Somos as barbáries,

Demos nossas caras,

Sentimos nossas cáries:

Estamos nos calares!

Queremos teus ovários,

Nascer em nossos lares,

Suamos teus calores,

Nu peito teus pulsares!

Pulares y poleiros,

Zombares y zoeiras,

Poeiras companheiros,

Amares calcanhares!

Licores lastreares,

Rancores rasurares,

Nas cores coroares,

Tambores guerreares!

Atores mastigares:

Matares mil motores

Hangares y algures…

Solares enviares…

Tales y Algarves?

Ávis Portinaris?

Com teus poucos saltérios:

Alinhares loucos sérios…

Tentares vãos atalhos,

Criares militares!

Dois y Hum impérios breus?

Hum y Dois amparos de Ti!

                                                                (Mar: 23, 1995)

Amanhecer de Sonhos – parte I

Posted in Pensamentos on 27 de novembro de 2007 by Prof Gasparetto

                lutas e lutas fora dos campos de batalha

                e os céus viram que as guerras eram somente

                para manter no poder algumas estrelas…

             

ao vê-las porém, no calor das fornalhas

peregrinos afoitos viajaram como dementes

mas os céus viram enfim todas as letras…

                  pelas marcas deixadas nos campos trabalham

                  quais guerreiros que lutam prementes

                  pelos céus e pelos chãos a conquistar metas…

     

é assim porém que buscam-se as falhas

quais meninos talvez excelentes

que brincam de sonhos, insônias completas!

              

                   vem o amanhecer, e cá estou com as tralhas

                   pedindo que venham as horas pendentes

                   pra contemplarmos nossas palavras certas!

                                                                      (jan, 15 – 1994)

Muralhas das Vinhas

Posted in Crônicas on 23 de novembro de 2007 by Prof Gasparetto

                 Perdoem-me os desabafos…

                 Lamentavelmente, acreditar que os riscos irão acabar, é pura teoria….
 
                 É visto nos dias atuais, uma desarrazoada maneira de expor pensamentos na mídia, sem, no entanto entender o que está acontecendo de fato.

                 Mas uma coisa curiosa é que, onde as palavras parecem estar acorrentadas, e muitas bocas instigantes, professam acreditar no surrealismo dos fatos!

                 Por mais que estejamos argüindo sobre manchetes lançadas por algum fidalgo, não podemos esquecer das lonjuras que o homem percorreu pra se chegar até aqui.

                 Lua ou luzes distantes preconizam que estamos mais próximos do abismo do que imaginávamos. Há tendências de que teóricos afirmem sobre nossos procederes (des)humanos.                

                  Na mais alta tecnologia, a filosofia dos tolos é inexistir nos gaps criados pelas necessidades subsistenciais verbais. Se falo, me falam com frases pré-concebidas e vazias.
Se penso, me pensam com sentidos pretextuais e medíocres.
Se ando, me andam com propósitos desordeiros e desconexos.
Se olho, me olham com dardos burocráticos e dependentes.
Se emudeço, me calam com rigores e censuras.
Se esqueço, me esquecem por alguns segundos e murmuram.
Se murmuro, me expulsam dos templos e dos átrios.

                 Arquitetar uma estratégia contra todos esses rudimentares elementos, é cair numa falácia homogênea de gentios.

                 Pude constar que minha alcova, perdeu seu valor quando encontrei nela, retratos daqueles os quais estendi minhas mãos trêmulas e biologicamente decadente.

                 Entendi que não vale arriscar nas sombras, ou nas saudades, ou nas auto-cobranças do passado, é importante suportar-se enquanto pode, porque seqüestrarão tudo aquilo que acumulei nos arquivos da vida!

                 Perdoem-me os desabafos… é que não consigo entender porque o homem cria tantos vales de lamentações!

                                                                               (Fev: 18, 2004)

Sociedade do Abandono

Posted in Crônicas with tags on 22 de novembro de 2007 by Prof Gasparetto

                   Encontrei um dia destes um jornal europeu –  caído numa das calçadas perto de minha residência – e percebi que havia alguns traços de indignações por parte dos transeuntes…

                   Logo percebi que as leituras, ali expostas no chão, faziam parte de um recorte medíocre de políticos que viajavam pelo mundo em busca de “paz”!

                   Depois deste absurdo, voltei às minhas reflexões: quando poderei ler sem criticar (maldito estado da crítica!!!!) ?

                   Não passamos de meros transeuntes sem páginas.                                                                 (Out: 10, 2002)